Por: Jamal Marzuq
Uma coisa na dança do ventre que fico fascinado é ver uma cobra( serpente) sobre o corpo da bailarina, ela tira toda a fragilidade feminina, e nos remete a estar diante de uma guerreira, uma mulher inteirada com a natureza, ela representa no momento a imagem da mãe natureza ou mãe terra, é como se fosse a rainha absoluta dos seres, a mestra de todos. Uma beleza que cativa, a cobra por sua vez sabe do seu lugar e apenas segue a bailarina como uma comandada que esta ali servindo apenas para o belo corpo enfeitar.
Boa dança a todas.
SERPENTE DO VENTRE
Caia nos braços da dança, seguida por movimentos aguços, de
quadris sempre gingados;
No corpo desfila algoz, fitando com olhos sinistros os
olhares que a ti direcionam;
Um veneno dos lábios exala, mas em sua dona jamais tocara, é
um aviso para quem perto demais chegar, não toque na diva! Há deixe livre
bailar.
Eu sigo seus movimentos me enlaçando em seu quadril, sou
dela amante pois todo seu corpo percorro, sei de seus mais íntimos desejos,
pois ligada a ela estou.
Em transe ela baila, apenas sigo coadjuvante de seu encanto,
caio nos braços macios da minha musa dançante.
Enfeito todo o corpo esculpido, pelo mais perfeito artesão
que há, seu suor me serve pista para suavemente em seu corpo deslizar.
Sou mística, assusto, mas quando em companhia de minha
mestra sou apenas um simples adereço, pois toda atenção ela sabe para si
chamar.
Encantando a todos que se atrevem sua dança olhar.
Ah! Se pudesse morde-la!
Deixar meu veneno junto ao seu corpo.
Sentir em minas presas o sabor de sua pele.
Deixa-la em transe desejando o meu peso de seu corpo, jamais
tirar.
Sou serpente que baila com o ventre, sou pura imaginação, mística,
fria envolvente, mas dependo do encanto de minha mestra, para poder brilhar.
bailarina foto: Vanda Fenner