Jamal - Qual foi seu
primeiro contato com a dança do ventre?
Elaine Murad - Meu
primeiro contato com a dança do ventre foi através de filmes, como por exemplo,
filmes que retratavam a Arábia antiga, Simbad, Aladim entre outros, foi onde
despertou a minha paixão pela arte da dança oriental árabe, onde eu já copiava
os movimentos vistos nos filmes, acho que tinha entre 7 e 8 anos nessa época, mas
fui procurar a aprender a dançar com uma profissional anos mais tarde e ate
hoje procuro aprender cada vez mais.
Como retratei em um
comentário anterior você teve um problema de saúde serio, o qual a dança te
ajudou muito? Fale sobre isso.
Elaine Murad - Bom,
(pausa), eu já era praticante da dança do ventre quando em um exame de rotina
descobri um nódulo em uma das mamas, constatando ser um tumor, maligno de
ultimo grau, onde entrei em depressão devido às inúmeras cirurgias feitas,
foram 19 cirurgias no total no prazo de 2 anos, eu já estava desacreditada,
desanimada, pois você fica feia, sem uma visão de futuro, parece que o mundo
acaba ali, e nesse tempo eu não parei a dança, acho que foi ai que insisti mais
ainda, pois eu busquei algo que me fizesse bem, justamente à dança, que me dava
estímulos e alegrias para seguir em frente, devido às inúmeras sessões de
químio terapia perdi todo meu cabelo, sabemos que o cabelo é um elemento a mais
na dança do ventre, mas não perdi a vontade de dançar, então na ausência de
cabelo usava lenços de seda.
No meio do tratamento |
Hoje estou 100% recuperada e agradeço a Deus, aos amigos
próximos que sempre estiveram comigo e principalmente a dança do ventre, que me
fez querer continuar com a vida a todo vapor para aprender cada vez mais
(emocionada nesse momento).
Hoje você vê a dança
do ventre como?
Elaine Murad - Além
de um remédio que me curou de um mal, eu vejo a dança do ventre a vejo como algo
que me traz imensa satisfação e realização, a qual não consigo mais viver sem.
E sempre digo a todos, se existiu um remédio que me curou esse remédio foi à
dança do ventre.
Soube que você esteve
recentemente no Egito, me fale sobre essa viagem e que bagagem cultural ligada à
dança do ventre trouxe de lá?
Elaine Murad - Estive
no final do ano de 2013, fui com uma amiga que também tinha o fascínio por
conhecer aquele lugar, fiquei encantada com tudo, pois lá tudo parece respirar
dança, as cores os cheiros os gostos e sabores, é inexplicavelmente encantador
estar em um lugar onde tudo começou, um lugar magico, pude ver a dança Na sua
raiz, andando por alguns vilarejos onde é costume as mulheres dançar em festas,
ate tem um caso que me ofereceram leite de “camela”, pois dizem que tem o poder
de melhorar nossos movimentos para a dança, na duvida tomei muito e ainda
trouxe pra casa (risos). Também fui a alguns espetáculos realizados em hotéis,
onde geralmente dançam as melhores do mundo. Trouxe um aprendizado imenso sobre
a dança do ventre pura na sua raiz e não algumas danças que vemos por aqui.
Você tocou no assunto
das “danças que vemos por aqui”, o que você tem a dizer dessa nova dança do
ventre que ensinam em alguns lugares?
Elaine Murad - Eu
acho que as fusões atrapalharam a dança do ventre pura, pois hoje o que mais se
vê é fusão, ou seja, dança do ventre fundida com outra dança seja o bale, jazz
e outras.
Musicalmente o que
você gosta de dançar?
Elaine Murad - Adoro
musicas com solo de Derbak
Por quê?
Elaine Murad - Por
ser rítmico, alegre, envolvente, deixar você livre para criar em cima do que se
esta tocando. Mas também gosto de clássicas.
Atualmente você
ministra aulas?
Elaine Murad - Sim,
tenho um estúdio em minha própria casa onde tenho um grupo iniciante e
intermediário.
A dança do ventre.
Você aprendeu já se pode considerar-se uma bailarina profissional e parar de
estudar, ficar apenas dando aulas e participando de eventos?
Elaine Murad - Jamais,
você se torna profissional, mas será eternamente uma aprendiza todos os dias,
por que não só a dança do ventre, mas qualquer outra dança você nunca aprende
tudo, sempre tem algo novo para aprender a cada musica, a cada dança, a cada
movimento, então não podemos deixar de estudar nunca.
Qual conselho que você
daria as pessoas que se interessam em aprender a dança do ventre?
Elaine Murad - Se
dedicar ao máximo, com seriedade e amor, e não a fazer para apenas por falar
que faz aulas de dança do ventre, ir conhecer primeiramente a cultura de onde
ela vem, pois além de nos trazer um bem estar ela também serve de remédio para
nossa alma.
Os eventos, concursos
e festivais que você acha deles?
Elaine Murad - Acho
importante principalmente participar e não somente ir para assistir, pois é um
estimulo maior para você aprender e fazer da maneira correta, pois esta sendo
julgada por pessoas que realmente entendem do assunto, por que é comum ver por
ai algumas bailarinas que dançam apenas pra família e amigos, e acabam sendo
elogiadas, com isso elas param no tempo, sempre nos básicos, é importante ver o
espetáculo da dança em sua totalidade, onde tem pessoas envolvidas sérias,
profissionais com um imenso senso critico, pois sabemos que a critica vinda de
quem entende ajuda muito a melhorar, e isso você só encontrara participando
desses tipos de eventos.
Da pra ganhar
dinheiro somente com a dança do ventre?
Elaine Murad - Hoje
em nosso País nenhuma forma de arte que não seja televisiva é bem remunerada,
creio que o amor pela dança é que nos motiva a seguir em frente, investir
recursos próprios em vestuário e acessórios, em eventos, tudo vem do amor pela
arte da dança, pois temos a plena satisfação de dançar e isso já paga tudo. Quem
sabe um dia a dança não seja algo grandioso como é o futebol em nosso País.
(olhar de otimismo)
Deixe uma mensagem
para as futuras bailarinas?
Elaine Murad - Que
jamais desistam de seus ideais e lutem por aquilo que querem para si, pois eu
venci uma doença através da dança e vocês também podem vencer os seus maiores
obstáculos e dificuldades, basta acreditarem que são capazes.
Estudem sempre com carinho e dedicação.
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de Sorocaba quer deixar um contato para que quiser contrata-la para eventos, shows
ou quem se interessar em fazer aulas?