PROVÉRBIOS ÁRABE DO DIA:
"Dança do ventre, é a modalidade de dança que melhor simboliza a essência da criação, onde se agradecia o milagre da vida, louvando, com dança e oração, o prazer, o nascimento e a sensualidade feminina."
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
A SURA DA ABERTURA DO ALCORÃO SAGRADO
SÜRATU(l) AL-FÃTipAH(2)
A SURA DA ABERTURA
De Makkah(3) - 7 versículos.
1. Em nome de Allah, O Misericordioso, O Misericordiador(4).
2. Louvor a Allah, O Senhor dos mundos(1).
3.0 Misericordioso, O Misericordiador(2).
4.0 Soberano do Dia do Juízo(3).
5. Só a Ti adoramos e só de Ti imploramos ajuda.
6. Guia-nos à senda reta,
7. À senda dos que agraciaste; não à dos incursos em Tua ira nem à dos descaminhados.
1) Süratu : forma alterada do substantivo feminino sürah, que significa degrau, fase, e, por analogia, cada um dos capítulos do Alcorão, por meio dos quais se ascende a Deus. Cada sura é composta de ãyãt, sinais ou versículos, de número variado, onde transluz a infinita sabedoria divina. O título das suras, segundo uma tradição oriental, prende-se mais a uma de suas palavras que, propriamente, ao conteúdo geral da sura. Quanto a palavra sura, adotamo-la na tradução por ser forma mais próxima da transcrição da palavra árabe (singular) e consignada, dentre outros, nos dicionários de Morais e Aulete .
(2) Al-Fãtihah: a abertura. É a sura que dá início à sagrada leitura. Ela reúne e sintetiza os elementos da crença islâmica, ou seja, a unicidade de Deus, como Soberano Absoluto dos mundos; o caminho da bem-aventurança, a recompensa dos crentes, o castigo dos renegadores da Fé, além de estabelecer o elo essencial entre o homem e Deus. Por esta razão, ela é parte fundamental das cinco orações diárias do moslim, quando a repete, em suas reverências, dezessete vezes.
(3) Makkah: Meca, a cidade onde se situam a Mesquita Sagrada e a Kacbah, para a qual, nas orações, se dirigem os moslimes, onde quer que se encontrem. Foi nessa cidade que se revelou a presente sura.
(4) Por forma reduzida da frase árabe Bismillahi Ar-Rahmani Ar-Rahími (Em nome de Deus, O Misericordioso, O Misericordiador), denomina-se este versículo Al Basmalah, que a maioria dos exegetas considera, de fato, o primeiro versículo desta sura, embora haja quem a julgue mera epígrafe, não só anteposta a esta mas a todas as suras do Alcorão, com exceção da IX. Al Basmalah constitui, na tradição islâmica, fórmula invocativa fundamental, que todo moslim deve proferir antes de cada ato, não só para assegurar-se das benções de Deus, o Dador Sublime da misericórdia, senão também para invocar-Lhe ajuda em todos seus atos, que nunca se completarão sem ela. Quanto a iniciar-se, sempre, cada sura com Al Basmalah, demonstra que tudo quanto encerra, sejam preceitos, informes ou regras morais, é proveniente de Deus e por Ele ordenado, sem intervenção alguma de qualquer outra criatura que seja. Ademais, por meio desta atitude de prece, pode o homem esmerar-se espiritualmente e dilatar o conhecimento de si próprio e do universo que o rodeia. Quanto aos epítetos, integrantes de Al Basmalah: O Misericordioso, O Misericordiador, traduzem, respectivamente, as palavras árabes Ar-Rahmãn e Ar-Rahlm, cognatos do substantivo rahmah, misericórdia, com a peculiaridade, porém, de que Ar-Rahmãn é epíteto intrínseco e exclusivo de Deus. Na literatura luso-brasileira, esta sutileza epitética é, igualmente, utilizada por «vieira», como se pode verificar no sermão do Quarto Sábado da Quaresma, pregado em 1640 (Vide Sermões de Vieira, Editora Lello e irmãos,1959, vol. III, p. 362), quando designa a Deus, por Sua misericórdia, fazendo uso de duas palavras latinas, Misericors et Miserator, estabelecendo-lhes a diferença, na tradução, por meio de dois sufixos: -oso, com o sentido de "pleno de, cheio de", e de -dor, sufixo agentivo com a idéia de "o que faz", "o que dá", acrescidos à palavra misericórdia, de onde: "Não só chamam a Deus Misericordioso, senão Misericordiador". Quanto à palavra Misericordiador, devemos dizer que, até onde nos foi possível pesquisar, parece tratar-se de um neologismo vieirense e que acabou por resolver-nos o crucial problema de tradução de Ar-Rahim: Aquele que dá misericórdia, até então não cogitado satisfatoriamente, pelos tradutores do Alcorão para o português. Ademais, é palavra consignada por Moraes e Aulete, o que nos reafirma o acerto em adotá-la em nossa tradução. (O O Senhor dos mundos, ou seja, O Soberano de todas as criaturas: homens, anjos, animais e tudo o mais que constitui o mundo. Esta forma apositiva estabelece o limite entre a disciplina e a anarquia na crença e demonstra que todo o Universo deve dirigir-se a um único Senhor, cuja soberania é infalível, contínua, harmônica e onipresente.
(2) A repetição dos epítetos de Deus, mencionados no Al Basmalah, não só enfatiza os aspectos vários da Graça de Deus, mas torna patente que a soberania não provém da força, mas da misericórdia e da graça de Deus para com todos os seres.
(3) Dia do Juízo: O Dia em que a humanidade prestará conta de seus atos, bons e maus, e, segundo estes, receberá a retribuição. Quem quer que haja feito o menor bem disso terá recompensa; quem quer que haja feito o menor mal, disso terá recompensa. A justiça soberana de Deus fundamenta-se, estritamente, na eqüidade.
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