Por: Jamal Marzuq
Estilo, bom o nome já diz tudo, não é? Não? Então vamos recorrer ao dicionário para começarmos entender o que é Estilo.
Estilo: uso, costume, hábito, modo, jeito.
Ou seja! Uma coisa própria! Cada um tem seu estilo, uns tem o estilo de andar, outros de falar, outros de se vestir, outros de cantar, outros de dançar, ai chegamos no ponto, “dançar”, é sobre esse estilo que quero falar.
Cada pessoa no mundo é única, assim como nosso DNA (código genético) ele é único em cada ser vivo, não há dois DNAs iguais. Então cada pessoa sendo única tem estilos únicos, e na dança do ventre é assim, cada uma das bailarinas reage de forma diferente aos estímulos musicais, cada uma vive uma emoção diferente, ao iniciar a melodia a bailarina se transporta ao seu mundo intimo que ela cria, ali ela vive suas emoções e coloca pra fora em forma de dança. O estilo de cada bailarina é único dependendo do momento, tem bailarinas que quando estão dançando com o véu tem uma reação, um estilo, pelo contato da seda em seu corpo, ela solta em sua dança uma emoção diferente, quando deixa o véu muda completamente seu estilo, pois passa a sentir em si os estímulos musicais.
Muitas vezes nos prendemos ao estilo da dança, seja clássica, folclórica ou moderna, e não ao da bailarina, pois como já disse a cada musica tocada, cada apresentação a bailarina cria uma coisa única, dependendo do momento que ela esta sentindo, muitas vezes ela deixa a memória de lado e dança sentindo as emoções se soltando nos movimentos. Isso eu chamo de pureza da dança, ali ela esta dançando de verdade, sendo harmônica, sentido e copiando as batidas da musica, ali ela se transporta a 4 mil anos no passado e dança como as mulheres dançavam em culto ao ventre da vida.
Eu particularmente gosto de ver uma dança com a alma, e não coreografadas certinho em cima do estilo e ritmo escolhido, não digo que não é bonito que não é grandioso o trabalho coreografado, sim é lindo, qualquer bela apresentação de dança do ventre, ainda mais quando você vê a seriedade em mostrar uma bela coreografia em cima de um estilo, é o trabalho de anos de estudos sendo mostrado ali, mas eu acho que quando a bailarina entra pra dançar, e ali ela cria tudo no momento, fica mais envolvente, você sente a boa energia que ela esta emanando de si, você compartilha com ela o seu momento, as suas emoções.
Hoje vivemos em um mundo de fusões, se funde dança do ventre com rock, hard rock, pop, ate axé, eu como já disse em um postagem anterior (http://jamalmarzuq.blogspot.com/2011/05/fusao.html), não gosto das fusões, perde-se uma cultura milenar quando se tentar mudar ou tirar algo dela, Ali Baba dizia: Abra-te Sésamo! E se abria a porta de seu esconderijo!
É como se quiséssemos hoje, mudarmos sua famosa frase para uma senha qualquer de 6 dígitos, digitada em um painel na porta da caverna. Chega-se o moderno mas a cultura permanece.
Estilo, que cada uma tenha seu próprio estilo, todas são maravilhosas bailarinas, e fico feliz em saber que no Brasil temos cada vez mais apaixonadas pela dança do ventre e sua cultura, isso se deve as todas vocês, já experientes bailarinas que quando se apresentam com sua luz, faz acender em cada coraçãozinho que as assiste a chama da dança, e traz novas adeptas a nossa amada dança do ventre.
Boa dança a todas.