A Dança
do Ventre é uma arte que encanta homens e mulheres há séculos, talvez mais do
que séculos, diria milênios, encanta com sua beleza, mistérios, graça e
sensualidade. Ao longo dos anos recentes essa dança foi se enriquecendo e tendo
alguns elementos da dança moderna adicionados, como as bases do Ballet clássico
(praticamente é hoje a base usada em todas as escolas). Já o aprofundamento de
algumas bailarinas no estudo dessa dança pode permitir a fusão dessa arte
milenar com artefatos moderníssimos como o Swing poi, por exemplo. Mas de
quantas formas podemos interpretar essa dança nos palcos? Quais artefatos
podemos usar na dança do ventre? Quais os tipos de dança do ventre que podemos
dançar?
Dúvidas
comuns para as bailarinas e futuras bailarinas, então vamos tirar alguns
esclarecimentos sobre a dança:
Dança do ventre Tradicional: Pela lógica a dança tradicional é
aquela que é dançada no país que consideramos de origem, por exemplo, o Samba é
uma dança tradicional do Brasil. Dança do ventre tradicional é a dança do
ventre executada na sua forma mais original, ou seja, é a dança do ventre
“pura”, se é que podemos chamar uma dança milenar de pura. Trata-se de uma
dança mais descontraída e popular. A música geralmente é mais homogênea, não
contendo tantas variações na contagem de tempo. O traje é o tradicional de duas
peças.
Dança do ventre Clássica: Como já sugere o nome possui
bases e influencias de movimentos do Ballet clássico como, movimentos de giros,
pés em meia-ponta, postura elegante de bailarina, além de braços clássicos bem
definidos. Tudo isso associado aos movimentos da dança do ventre é claro! É
dançada na música clássica feita por uma orquestra é lógico! Mas não uma música
clássica comum, mas sim a música clássica Árabe e oriental. São músicas
lindíssimas que possuem muitas variações de ritmos, são bem longas podendo
variar de 6 minutos até 13 minutos, possuem introduções instrumentais longas em
torno de 1 minuto. A bailarina pode usar o traje de 2 peças ou um vestido se
estiverem bem caracterizados para a música. Na maioria das músicas clássicas
fica maravilhoso se a bailarina fizer uma entrada com véu.
Dança do ventre moderna: Muitas das músicas de Oum
Koulsoum foram regravadas com uma interpretação mais moderna, além do
surgimento de novos cantores trazendo para a música uma nova roupagem com
influências mais populares e ocidentais, mas mantendo seus ritmos
característicos. Para poder acompanhar a modernidade da música, ao dançar a
bailarina deve estar de preferência usando um traje mais moderno assim como a
sua interpretação coreográfica.
Folclore Árabe: As danças folclóricas de origem árabe e oriental
são muitas, cada uma com sua história, localização, roupas e artefatos
característicos, música e a população que a dançava. Podemos dançá-las de
maneira mais fiel possível com todas as características da dança, também
podemos dançar traços suaves delas quando aparecem levemente representadas em
músicas clássicas e também podemos dar uma interpretação moderna a esses
folclores. Esses são alguns exemplos dessas danças:
Said (Dança do bastão ou bengala), Baladi, Gawasi,
Khaleege, Dabke, Meleah laf, Dança do jarro, Dança das flores, Karcilama, dança
Núbia, Fallahi, Haggala Tribal.
Espada, Punhal, Pandeiro, Véu duplo, Véu de seda, Véu tradicional, Véus Wings, Bastão, Bengala, Véu poi, 7 véus, Snujs, Taças, Candelabro, Cesta de Flores, Jarro, Serpente.
(algumas citações foram tiradas da internet sem saber qual a fonte original
para creditar).
As danças “Ventranas”
por: Jamal Marzuq
Elas, sempre belas, pairam sobre
o palco, Bailarinas do Ventre ou simplesmente “Ventranas”.
Ah! Como sou louco por elas, que
giram, giram, parecem ligadas a manivela, me levando em seus giros ao mundo
novo, porem muito conhecido.
Elas tem armas de pura sedução,
armas de encantamento, armas de persuasão, quando se alia a elas belas
Bailarinas Ventranas, me deixa sem ação, pois já estou pego em seu jeito meigo,
estou pego definitivamente, preso em seu mundo, preso dentro de seu coração.
Vem com véus esvoaçantes, vem com
taças flamejantes, vem com curvos bastões, às vezes tem fogo sobre ti, às vezes
agua em jarros dourados, reluzentes, ocultos atrás de belo olhar.
Bailarinas divinas, que ocupam os
espaços dançando, com seus véus jogando, vibrando, balançando, coloridos,
suaves, leves, divinos, enfeitam o mundo, em cores e movimentos sincronizados,
ah que bom, ter o dom da visão para tudo isso deslumbrar.
Mulher , diva, deusa, princesa, sim
simplesmente bailarina Ventrana, que soma tudo isso dentro de si, unida a sua
dança magica com seus variados artefatos magicos, é para todo o sempre minha
fonte de inspiração, minha musa, minha vida, sem você sou apenas mais um,
comum, em vão, dedico a todas bailarinas Ventranas este simples poema, que
posso ser soado em uma linda canção.
bailarina foto: Alex Delora (Ukrania).