Toda boa festa ou apresentação de dança do ventre também tem uma bela roda de dabke no final. Todos os bailarinos, convidados e quem mais estiver por perto será puxado para e irá literalmente ”bater no chão com os pés” (tradução literal da palavra), afinal é um momento de extrema alegria e festividade. Homens, mulheres, crianças e idosos entram na dança, pois o dabke das festas não tem tabus ou preconceitos.
Quem já entrou numa roda dessas sabe o quanto pode ser divertido. E complicado! O dabke é dançado no Líbano, Síria, Palestina e Jordânia. Também existe em versão para palco, coreografada para grupos mistos ou de casal.
Tradicionalmente dançado em grupo de homens, formando rodas, meia-luas ou uma linha. As pessoas dançam de mãos dadas, com um detalhe: a sua mão direita sempre fica sobre a mão esquerda do companheiro ao lado. A roda é puxada pela ponta direita por um ”líder”, que guia o grupo girando um lenço branco. Ele dá pulos, giros, se ajoelha e faz outros passos enquanto o grupo o acompanha com batidas muito fortes dos pés. Há uma base, mas a combinação e a varidade de sequências de passos são grandes, principalmente por que alguns são específicos para rodas e outros para palco.
Há uma marcação de ritmo (Said e Malfuf são os mais comuns) com passos para frente e para trás, pulinhos, chutes, saltos e agachamentos. Nada de marcações de quadril e ondulações de braços. A música é acompanhada por um derbake,nay ou mijwiz. As roupas tradicionais desta dança são as calças shieruel (ou cirwal) e as botas, para os homens. O visual é complementado por uma faixa vermelha na cintura, coletes e, na cabeça, um chapéu, faixa ou um pano conhecido como kefyeh ou kafieh. Enquanto isso, as mulheres usam vestidos fechados com um lenço no quadril, salto alto e um lenço na cabeça dá o charme.
Tudo isso teve origem nas aldeias do Líbano. Antigamente, o telhado das casas eram cobertos com plantas, galhos e lama. Na transição entre o outono e o inverno, a lama secava, começava a rachar. Para a reforma, eram chamados vizinhos que formavam uma fila, ficavam de mãos dadas e batiam os pés na lama para compactá-la novamente. Dizem que foi assim que surgiu o dabke. Depois, a dança se tornou um verdadeiro ritual e entrou para a tradição do país. Nos anos 60, passou a ser apresentado em eventos, apresentações e teatros.
"A RODA DE DABKE NUNCA SE FECHA, POIS SEMPRE A LUGAR PRA MAIS UM."